Qual o diferencial do meu atendimento como médica de família e comunidade (MFC) em problemas de saúde mental?
Na minha experiência como MFC atendo muitos problemas de saúde psíquica ou adoecimento emocional, muitos deles também causando sintomas físicos e confundindo com doenças orgânicas.
Minha abordagem integral permite tanto investigar e tratar doenças orgânicas, caso hajam. Como também abordar as situações de vida que estejam causando adoecimento emocional. Meu foco não é o diagnóstico em si, mas sim as emoções e situações de vida a que estejam atreladas - condições sociais, violências, questões de raça e gênero etc -, incentivando mais a autonomia e o reconhecimento da potência de viver de cada um.
Depressão, ansiedade, transtorno bipolar, borderline, TDAH... existe outra maneira de ver essas pessoas que sofrem desses transtornos que não seja de forma patologizante e não seja centrado em medicamentos que combinados vão trazer a solução perfeita.
Mas dra., você prescreve medicação?
Sim, mas com uso e acompanhamento muito criterioso. Percebo que a minha abordagem despatologizante - ou seja, que nomeia de onde vem o sofrimento ao invés de simplesmente rotular como doença - e focada na potencia de viver, faz com que eu e o paciente, em decisão conjunta, consigamos avaliar melhor a necessidade ou não de medicamentos psicotrópicos, e por vezes optamos por não utilizá-los.
Hoje também trabalho com medicina canabinóide, que tem ganhado mais e mais importância no âmbito da saúde mental. Outras práticas integrativas também podem ser utilizadas, como acupuntura, auriculoterapia, fitoterapia etc.